As HQs sempre trouxeram a discussão sobre a diferença para dentro de suas páginas. Elas foram as pioneiras em trazer tais questões para os meios de comunicação de massa. Questões sobre direitos humanos, o negro e a mulher eram questões discutidas tão somente por ativistas e seus meios de comunicação restritos.

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O papel da mulher nas HQs era somente ser vítima das maquinações dos vilões, ou tinham um papel secundário, auxiliando o super-herói masculino. Este era o retrato da sociedade machista, mulheres subjugadas pelo domínio masculino.

A passividade feminina por elas assumida é apontada no livro “Curso de Direito Social” da ativista feminista Jeane Deroin: “A mulher ainda uma escrava, permanece em silêncio. (…) Subjugada pelo domínio masculino, ela nem sequer aspira à sua própria libertação; o homem é que deve libertá-la”.

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O nascimento da primeira super-heroína das HQs confunde-se com a história do movimento feminista nos EUA. Os anos de 1930 e 1940 representam um período em que, formalmente, as reivindicações das mulheres haviam sido atendidas: podiam votar e ser votadas, ingressar em instituições escolares, participar do mercado de trabalho onde houve um reconhecimento da cidadania das mulheres. Mas este período é marcado pela eclosão de uma nova guerra, a Segunda Guerra Mundial.

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É no início da década de 1940 que a primeira personagem super-heroína das HQs nasce, a Mulher Maravilha, criada pelo psicólogo, ativista dos direitos humanos e ativista do movimento feminista naquele período, William Moulton Marston.

A Mulher Maravilha é criada como contrapartida ao Super-Homem. É uma versão feminina desse super-herói. Décadas mais tarde, foi adotada até mesmo pelos movimentos feministas.

No meio do turbilhão do movimento por direitos civis e da libertação feminina, em 1963, são criados pelo grande Stan Lee os X-Men, os mutantes que também trazem, para as páginas das HQs, questões de gênero.

A HQ dos X-Men foi à primeira revista da Marvel Comics a apresentar super-heroínas em papéis de grande destaque. Jean Grey foi umas das primeiras mulheres a entrar para a Escola para Jovens Superdotados, o Instituto Xavier, o restante dos mutantes eram todos homens. Mas as X-Woman da década de 1970, como a super-heroína Tempestade, refletia a mudança social da era. Eram pensadoras independentes, tinham uma vontade forte e eram rígidas como ferro.